segunda-feira, 30 de março de 2015

Introdução:



War... War never changes...

As feridas e as lembranças do fatídico 23 de Outubro de 2.077 continuam vivas, como as "rosas cálidas" cantadas por Ney Matogrosso...

Mesmo tendo se passados exatos 75.258 dias...

206 anos se passaram desde a Grande Guerra, mas o mundo jamais conseguiu se reerguer novamente...

Em questão de segundos, 90% da população mundial pereceu...

Isso sem falar nos milhares de cadáveres acumulados nos dias, meses e anos que se seguiram aos cogumelos atômicos...

Em um único dia, todas as nações da Terra deixaram de existir...

Toda a civilização humana fora aniquilada brutalmente...

A radiação continua no ar, na água e no solo...

Envenenando nossa comida e espalhando doenças e aberrações pelo mundo...

Os poucos sobreviventes do apocalipse se escondem sob os escombros das antigas cidades...

Lutando contra pestes perigosas...

Duelando por lixo, água contaminada e comida industrializada estragada...

Contudo, nenhuma ameaça é mais letal que a do próprio ser humano!

E mesmo o horror da Grande Guerra não foi suficiente para aplacar a fome bélica da humanidade...

Estamos no sul do antigo território norte-americano...

Junte um território alagado e pantanoso (em muitos trechos abaixo do nível do mar); à uma cultura marcada por influências diversas e ricas. Acrescente uma gastronomia exótica, diferente de qualquer outro ponto do país. Some a isto tudo um clima instável, sempre sujeito à chuvas, trovões e furacões...

O resultado, claro, não poderia ser diferente: o Estado da Louisiana é completamente diferente dos demais...

Tanto é que muitos o consideram um outro país!

Poucos Estados Americanos têm uma história e tradições tão ricas quanto a Louisiana...

Começando em 1.541 (com a posse da região pela Espanha); depois tomada pela França; depois passou pelas mãos da Inglaterra; voltou para a França de Napoleão Bonaparte; integrou a República da Flórida (Estado independente durante a Guerra Civil Americana); virou um Estado Confederado; e finalmente passou a compor os Estados Unidos da América!

Todas estas mudanças resultaram numa imensa gama de costumes, influências e tradições, diferentes de qualquer outro lugar do mundo...

Na verdade, mesmo antes da Grande Guerra, a Louisiana não era considerada um Estado rico (economicamente falando). Haviam muitas tensões raciais e diferenças sociais - com pessoas humildes vivendo no meio dos pântanos alagados; enquanto outras ostentavam suas fortunas em festas como o famoso Mardi Grass de New Orleans...

Exatamente por isso, o Estado da Louisiana não foi considerado um "alvo prioritário" dos Chineses...

Exceção feita às suas três maiores cidades: New Orleans, Lafayette e Baton Rouge - todas elas atingidas por mísseis atômicos comunistas...

Felizmente, a imensa maioria de suas cidades só foram atingidas pelas nuvens radioativas...

Por isso, suas estruturas e residências permaneceram intactas...

Ainda que o número de mortos tenha sido enorme...

É o caso da minúscula St. Francisville...

Banhada pelas águas serenas do Rio Mississippi e às margens da lendária U.S. Route 61; St. Francisville jamais chegou a ter uma grande população...

Seus pouco mais de 2.000 habitantes viviam tranquilamente, trabalhando nas plantations que insistiam em não desaparecer...

Porém, durante a década de 2.050; com as crescentes tensões entre EUA e México (que precederam o início da Guerra dos Recursos); o Reverendo Noah iniciou sua principal obra:

A ARCA!

Na verdade, o líder da Igreja Metodista ordenou a construção, sob o terreno de seu templo, de um bunker com capacidade para 200 pessoas - capaz de resistir lacrado por até cinco anos...

Claro que não havia toda a tecnologia dos Vaults...

E muitos zombaram de sua "paranoia" quanto aos riscos de uma guerra nuclear...

De fato, a Louisiana nunca chegou a ser ameaçada seriamente nos vinte anos seguintes...

Mas como sabemos, em Outubro de 2077; uma batalha sangrenta tomou as ruas de St. Francisville!

Católicos, protestantes, políticos, comerciantes, ricos, pobres, crianças, idosos, homens e mulheres lutaram bravamente por um lugar na Arca de Noah...

Ao final, cerca de 300 pessoas conseguiram entrar antes que as portas do abrigo fossem lacradas...

Segundos antes do clarão atômico ceifar a vida dos menos afortunados...

Em 2.080, os primeiros sobreviventes começaram a deixar a Arca...

Os níveis de radiação ainda eram muito elevados, mas era preciso buscar alimentos e água...

Nas décadas seguintes, conforme a radiação se dissipava, a vida fora retomada em St. Francisville...

No presente, os pouco mais de 700 moradores - descendentes daqueles salvos pela Arca; continuam vivendo na pequena e pacata cidade do interior da Louisiana...

Contam com um sistema de comércio razoável...

Assistência médica de qualidade por um bom preço...

E relativa segurança - garantida pela Milícia (que mantém criminosos e monstros afastados)!

A grande maioria da população continua vivendo da agricultura, pecuária ou do extrativismo (caça e pesca de animais); e não parecem dispostos a mudar seu estilo de vida...

Já os mais jovens, naturalmente inquietos, sempre buscam meios de quebrar a monotonia das pequenas comunidades - especialmente sonhando com as aventuras vividas pelas Caravanas Mercantis - muito comuns na U.S. Route 61; que viajam pelo mundo, enfrentando perigos e obtendo grandes fortunas!

Como todos sabem, as noticias se espalham rapidamente em cidades pequenas...

E St. Francisville não é exceção!

Desde a manhã de ontem, o Conselho da Cidade (formado pelo Prefeito Hershel Harrington; o Xerife Tom McVea e o Reverendo Gil Dozier) está trancado no prédio da Prefeitura...

Isso vem despertando a curiosidade da população...

Até agora, ninguém sabe exatamente o MOTIVO desta reunião tão longa...

Isto vem gerando especulações sobre algo realmente importante que estaria prestes a acontecer...

No meio da tarde, as portas da Prefeitura finalmente foram abertas...

E o Xerife ordenou aos seus homens que convocassem o máximo de cidadãos possíveis à praça central; pois o Sr. Prefeito irá fazer um pronunciamento importante...

Talvez o mais importante da história desta pequena cidade...

Talvez... o último!


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